As palavras e eu perdemos o entendimento, a cumplicidade que tínhamos. É como se eu estivesse vazia. Estou me sentindo oca e pequena, incapaz de gerar qualquer coisa. Mesmo que seja um conto. Ou uma linha de uma autobiografia. Mas o que diria de mim?
Autobiografia não existe. O que há é arte e mentiras. Ainda assim, as que estamos dispostos a contar. A minha (breve) vida é feita de pedaços desgarrados de história, pedras voando pelo ar, chocando-se na estratosfera do ser e curto-circuitando meus dias, meus propósitos.
Sou uma mulher adulta, que já teve homens e mulheres na cama. Amei? Sim, de forma visceral. Mesmo que não acreditem. E me parti em mil pedaços. Sou uma criança perdida tentando encontrar a mão também perdida de uma mãe. O problema é que eu sempre fui muito machucada por estranhos...